quarta-feira, 30 de setembro de 2009

poema de parede





CARINHO DE MÃE
É IGUAL BOLINHO DE CHUVA
DOCE
MACIO
CHOCOLATE QUENTE
É MANHÃ DE SOL
COBERTOR PRO FRIO

Quase perfeita




Sorriso sem beijo
poema sem frase
flerte sem desejo
Conversa à olhos nús
palavras ao pé do ouvido
Menina de Ouro
ragazza bella
Seja bem vinda primavera!
ao mundo meu
é noite...
tem choro do céu
quase que sempre
insana insonia
que devora minhas unhas, meus dentes
quando dormem
amanheço
uma canção quase no tom
uma sensação que transborda
A paz me toma aos poucos
uma noite quase perfeita

terça-feira, 29 de setembro de 2009

emoção em estado liquido





É madrugada
insana insonia que martela os ponteiros
minha emoção em estado liquido
na lembrança de um cheiro
doce e amargo...jabuticaba
Como as estações
lá se foi meio sorriso
aventurar-se em demasia
ao lado de outra compania
metade de mim
insiste em querer rir
mesmo sem motivo, sem lembranças, aos prantos
e ainda risos
às vezes pergunto àquela voz
que canta dentro de mim
O que nos deixa tão trste?
será a ausencia, o vazio, o desamor
ou apenas vaidade?
a verdade é que apesar de tudo
mesmo triste
como um lago raso eu rio.

sábado, 26 de setembro de 2009

Mero devaneio meu

Quero escrever
algo realmente importante
que faça lembrar mim mesmo
Tal qual um literato imortal
como será viver a morte e ver suas palavras
eternizadas no inconsciente coletivo?
gostaria de saber...
No entanto só escrevo sobre
coisas futeis
de natureza particular
egoista e mundana
penso como seria
falar de amor
igual drummond
mero devaneio meu
Minhas palavras
só alcançam a medida do meu tempo
nada mais...
Eu canto para um mundo cadudo bom velhinho
Meus versos são balelas
Minha emoção é rasa
Apenas minha alma que transborda
e meu coração que grita a vontade de ser livre.

UM LAMENTO





Nossos momentos
devorados pelo tempo
saudade certamente passa
como passam os amores
os perfumes , as canções
os ponteiros do relogio...
E quando jaz o sorriso
O brilho nos olhos se vai
Nasce a indiferença
Entre os outrora apaixonados
Todo aquele amor de primavera
promessas quebradas,sonhos perdidos
sorrisos engolidos...
Só lembranças de um bom momento
Um triste fim para um
casal enamorado
Um lamento.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

coisas









Voce
adora coisas
quanto mais puder comprar
Coisas que usa
e logo depois
as deixa em desuso
Satisfação
Um amontoado de coisas
que foram desejos um dia
note books, celulares com camera,
sapatos,bolsas,anéis de brilhante
relogios rolex,vestidos italianos
perfumes franceses,carros americanos
ao fim tu és refem
não ama as pessoas
e sim as coisas que elas têm.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Desabafo




Por que cargas d'agua
vocÊ acha que alguem
realmente se importa
com o que voce sente?
Seus anseios, desejos...seus malditos sonhos?
A mulher da sua vida...meretriz
Ela, agora nem se quer lembra seu nome!
Nem tu mesmo lembra!
Será José?
Saido das linhas de Drummond?
me diga e seja sincero!
por que acreditar no amor?
aquele sentimento volatil e efêmero, egoista e insano...
cuja medida exata depende
de quão rico sejam seus valores...suas medidas
E depois que tudo acaba...
no fim...
Só resta a indiferença
Que patético!!
E ainda me chamam de ridiculo!
Para os quintos voces todos!
Bando de sentimentais
que vivem se lamentando
gritando as dores
amaldiçoando amores
sofrendo e chorando horrores
quase que diariamente se lamentando da vida
alimentando seus fantasmas
ao invés de suas almas
Cambada de coadjuvantes
de um cinema turco de 5° categoria
sejam Reis do seu mundo
ao menos por um dia
nada disso me apraz
E a cada dia que se vai
me desaponto mais com isso.
Preciso sumir
Ao menos por uns tempos
volto logo...
Assim que me trouxerem os bons ventos...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

MANIFESTO




Há 20 anos (não estou bem certo) somos declaradamente um estado democrático e vivemos numa sociedade que se julga justa e também democrática.
Em nossa historia recente tivemos capítulos lastimáveis e outros memoráveis, principalmente na segunda metade do século passado.
Naquela época nossos pais viviam num regime ditatorial (tal qual no processo de Kafka) em que manifestações de qualquer natureza contra o sistema eram severamente retalhadas, às vezes sem precedentes nenhum.
Por outro lado, foi o período que o país mais se elevou enquanto nação, enquanto sociedade, nosso jovens eram revolucionários, nossos heróis anônimos.
Culturalmente fora a época mais criativa, em todas as esferas da arte, tal como musica teatro, literatura, etc.
Talvez tenha sido a ultima fagulha de vanguarda. O ultimo suspiro de verdadeira arte.
Passado pouco mais de meio século, o que vejo é uma sociedade hipócrita, cheia de falsos valores, retrógrada.
Não obstante um sistema que privilegia a minoria, que oferece milhões aos grandes banqueiros e mega-empresarios do centro-oeste europeu, e mata de fome milhões no sertão do nordeste da América do sul ou na África central, tanto faz aqui e lá a miséria e a fome são iguais.
Pois bem, experimente ligar o radio ou a TV, e desfrute do seu entretenimento por alguns minutos, se conseguir.
O caro leitor vai constatar que, estamos num processo de imbecilização constante e a todo instante somos entorpecidos por noticias, musicas por novelas, comerciais, que em sua grande maioria, não nos acrescenta um pensamento útil sequer.
A arte que nos é oferecida é falsa, sem valor, sem poesia.
Quantos músicos de grande talento cantam nos palcos do anonimato?
Quantos pintores não fazem alto-retratos e quadros em troca de moedas nas esquinas sujas do centro de São Paulo?
Quantos poetas não cantam o Rap nos guetos e periferias das grandes cidades?
Meu caro leitor, a pior das ditaduras é a cultural, e desta somos reféns.
Em suma quero dizer que, tudo o que é mostrado nas diversas formas de mídia é apenas o reflexo do que a grande massa deseja ouvir e ver.
Permito-me fazer um comentário com uma pitada de sadismo, comparando-os aos guinus, que apenas seguem um ao outro, seu instinto e sua fome. Sem nem saber de onde vem e para onde vão.
Enquanto formos guinus, seremos apenas uma grande massa, inconsciente, inerte, surda e muda. Imutável.
Eu prefiro ser pássaro... O exato contrario.