sábado, 30 de janeiro de 2010

CÉU





NA JANELA DA POLTRONA 37
VIAJA A SOLIDÃO
ENTRE NUVENS
PAISAGENS OU MIRAGENS
OÁSIS
ENTRE LINHAS
ENTRE POSTAS
ENTRE SOL CÉU SEM CHÃO
ÉS PASSAGEIRO
ÉS AFLIÇÃO
DE UM SÓ MOMENTO VÃO
PARTIR SEM CHEGADA
À LUGAR ALGUM
DESDE QUE TE LEVE
PARA LONGE DAQUI
LONGE DE TUDO
E DE MIM
ALCATRAZ
SIBÉRIA
TANTO FAZ...





MUSICA COMPOSTA POR VINI RAS E ROBERT MAGNO

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

GAVETA





Te guardei numa cidadela distante
num canto duma sala sem janelas
num armario qualquer
na mais profunda gaveta
de minha memória.
Lá onde jazem entulhos
e lembranças vãs.
Deixo-te em algum lugar
onde não haja triteza
nem alegria...nem bem ..nem mal
deixo-te só !
tu que chamas ausencia
és irmã mais velha da saudade
e sempre me fizeste mal...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Balelas de uma manhã dominical

Toda manhã de domingo
lhe assaltava o pensamento
um misto de ódio e amor
daqueles que faz da cabeça
um ventilador
girando agarrado ao seu centro.
Uma foto ,uma lembrança,
eram sufientes para tirar
dos pés o chão
do juizo a razão
do sonho as asas
da boca o sorriso.
O chamam de casmurro,
em certa medida és.
Talvez pela avassaladora
e arrebatadora paixão
que nutria por aquela personagem singular.
Talvez pelo semblante
sempre carregado de
dor e dissabor,
que tanto lhe pesavam as sombrancelhas e a alma.
Ela, a chamam de Capitu
linda deslumbrante e dissimulada
O azul do céu e do mar
se misturam à cor dos teus olhos
como perolas raras.
Nada mais que o normal. Pois toda manhã de domingo ela era dona de uma poesia cinza,vinda com o frio do sudeste.
Com gosto amargo de partida...
com cara de nunca mais na vida...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

poemas de parade II

negando afirmações
recitando canções
rabisco e corro risco
de cair na pedra lisa do corisco
cada traço um passo
cada passo um tropeço
cada tropeço um poema
cada poema uma saudade

HAITI

O cheiro de morte lhe dÁ boas vindas
terremoto ,destruição
um macabro espetáculo
mais de duzentos mil vidas ao chão
as pessoas vagam
se digladiam por comida e agua
como fossem ferozes feras famintas
lá habita o verdadeiro significado
da palavra caos
a infelicidade sem medida
um povo impotente sem motivos
pra rir
rogo ao céus a providencia
força pra reconstruir

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Anunciação





Numa noite de trevas e trovões
As horas eram incertas
Podia-se ouvir um tênue tilintar
Após instantes,
Eram como fosse cacos de um cristal raro caindo violentamente ao chão.
Robusteciam-se,
Era a providencia divina em forma de chuva
Que vinha pra lavar a alma dos aflitos.
Num breve momento houve silencio...
E o céu se calou.
Foi então que um derradeiro raio se prostrou,
E se fez a anunciação.
Devaneios, pensamentos, estopins de inspiração,
Insano desejo que lhe roubara a razão,
Era o amor, combustível da vida
Era a saudade, presença da ausência querida
Quando se tem na fronte o fim
Cada instante é “grand finale”
No ultimo suspiro , a mais pura poesia
Um misto de impotência , liberdade e medo
Lhe assaltava a alma
Sentia-se uma chama fugaz,
Um sorriso
Uma canção que finda
As mentiras e verdades de uma mente sã
Entregues ao baú do esquecimento
Já não havia mais tempo
Era morte,tétrica,nua e anunciada
Numa noite de chuva.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Alberto Valdivia ...para Neruda Cadaver Valdivia

li esse poema no livro confesso que vivi
de pablo neruda..
são linhas cuja autoria pertence a um amigo espanhol...
de personalidade excentrica e fantástica
me entorpeceu...
sem mais balelas

let's go kids!!!!



"...tudo acabará,
a tarde, o sol, a vida
será o triunfo do mal, o irreparavel
Só tu ficarás,
inseparavel,
irmã do acaso de minha vida..."


Alberto Valdivia

SAUDADE OU PASSADO






Nada é mais,
como era antes de você chegar
lembro daquela canção, na noite em que tudo findou
com gosto amargo de partida
com cara de nunca mais na vida

Mas tudo isso passou
como passam as pessoas passaros e aviões
e a PRIncesa escolheu seu principe
entre poetas, pobres e parlapatões

Nada é mais,
como era antes de tua partida
partiu em pedaços o momento

um velho romance
uma roupa guardada
uma capa de chuva
um velho sorriso guardado
pelo afago meu
um velho poema
aquela canção
que você mais gostava
tudo isso guardado
num relicário chamado saudade ou passado

Quero num amor renascer
abra-se abracem-se
as portas do meu coração
numa qualquer manhã revêr
a dona daquele perfume, puro,
mas perfume vão.



sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Um retrato em desconcerto







...Atônita,ela se deixou cair numa espécie de cama e mergulhou em seus devaneios por alguns instantes, segundos eram horas e horas eram séculos. Pensou no amor que se foi, na estrela que se apagou (em uma palavra na lembrança um beijo) .
Em sua face ainda havia vestigios do chôro que manchara sua maquiagem de maneira quase imperceptivel, suas unhas eram rosas tanto pela cor, quanto pelo perfume das mãos,
seu cabelo, como ondas negras charmosamente despeteado, certamente desconcertaria o mais racional dos homens, seus labios esboçaram uma frase, não se sabe ao certo, poderia ser um suspiro. O certo é que eram insanos e encantadores.
Como que tomada por um assalto, levanta-se e vai em direção à porta , que se encontrava ao centro do aposento. Uma espécie de kitnet, onde não era possivel distinguir a cozinha do quarto. Lá estava Ele, do lado de fora.À sua espera, totalmente descomposto em lágrimas.
Ao vê-la, o sorriso lhe traiu o icógnito, suas mãos tremiam como galhos de uma arvore em dias de ventania... Ela , o abraçou com ternura imensuravel, secou suas lagrimas e lhe pediu que não voltasse mais.
Foi assim que sucedeu o fim. Um adeus em silêncio num frasco de esquecimento.



vini ras

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

FOLHAS SECAS

ONDE ESTÁ O DERRADEIRO AMOR
FOLHAS SECAS CAEM NO JARDIM
DIAS QUE NÃO PARO DE CHOVER
PLANTEI
UM ARCO IRIS NO CHÃO
ESTRELAS CAIAM DAS MINHAS MÃOS
PINTEI SEU SORRISO NO AR

DISSABORES DE UMA PAIXÃO
SAPIENCIA, SÓ A SOLIDÃO TRAZ PAZ
UM CAFÉ AMARGO DE MANHÃ
COLHI
TODAS EM UMA SÓ COR
O VENTO SAUDADE PASSOU
DO CÉU DESPENCOU PRIMAVERA

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Trindade

Vaga-lumes e casais
estrelas no céu
poeira no mar
duas gaivotas
um casal
uma gata soturna
um cão vadio
eu em desconcerto
você em desencanto
entre nós

O meio...

A lua e o amanhecer

Musica

Teu olhar uma luz...
Luz de um telepático amor
Que nasceu como flor
morreu num dia de sol de abril
Renasceu e se abriu
para outra estação com mais cor
Um leão, um condor
sou eu a procura de um beijo seu
Um desejo, um afã...
amanhecer e viver em seus braços
Pôr do sol...
carregue toda lembrança vã
Todo medo de amar e viver.

mão e mata







Mão e mata
mão transforma
mão ergue e derruba
mão Mata. Homem e mata
Mão cria
recria
pinta
escreve e apaga
Mão carrega
Mão larga
Ata e desata
Mão planta
mão colhe da mata que Mata.
Mão e mata
uma relação de pão e carne

o exílio da cigarra

1 trovador
forasteiro de si mesmo
dentro de 1/4 fechado
sob a brisa leve de 1 ventilador
parades verdes
1 cortina de flor
1 noite de estrela e silencio
1 cigarro no fim
1 cigarra no exílio
esta é a receita
Eis o que sou...