quarta-feira, 2 de setembro de 2009

MANIFESTO




Há 20 anos (não estou bem certo) somos declaradamente um estado democrático e vivemos numa sociedade que se julga justa e também democrática.
Em nossa historia recente tivemos capítulos lastimáveis e outros memoráveis, principalmente na segunda metade do século passado.
Naquela época nossos pais viviam num regime ditatorial (tal qual no processo de Kafka) em que manifestações de qualquer natureza contra o sistema eram severamente retalhadas, às vezes sem precedentes nenhum.
Por outro lado, foi o período que o país mais se elevou enquanto nação, enquanto sociedade, nosso jovens eram revolucionários, nossos heróis anônimos.
Culturalmente fora a época mais criativa, em todas as esferas da arte, tal como musica teatro, literatura, etc.
Talvez tenha sido a ultima fagulha de vanguarda. O ultimo suspiro de verdadeira arte.
Passado pouco mais de meio século, o que vejo é uma sociedade hipócrita, cheia de falsos valores, retrógrada.
Não obstante um sistema que privilegia a minoria, que oferece milhões aos grandes banqueiros e mega-empresarios do centro-oeste europeu, e mata de fome milhões no sertão do nordeste da América do sul ou na África central, tanto faz aqui e lá a miséria e a fome são iguais.
Pois bem, experimente ligar o radio ou a TV, e desfrute do seu entretenimento por alguns minutos, se conseguir.
O caro leitor vai constatar que, estamos num processo de imbecilização constante e a todo instante somos entorpecidos por noticias, musicas por novelas, comerciais, que em sua grande maioria, não nos acrescenta um pensamento útil sequer.
A arte que nos é oferecida é falsa, sem valor, sem poesia.
Quantos músicos de grande talento cantam nos palcos do anonimato?
Quantos pintores não fazem alto-retratos e quadros em troca de moedas nas esquinas sujas do centro de São Paulo?
Quantos poetas não cantam o Rap nos guetos e periferias das grandes cidades?
Meu caro leitor, a pior das ditaduras é a cultural, e desta somos reféns.
Em suma quero dizer que, tudo o que é mostrado nas diversas formas de mídia é apenas o reflexo do que a grande massa deseja ouvir e ver.
Permito-me fazer um comentário com uma pitada de sadismo, comparando-os aos guinus, que apenas seguem um ao outro, seu instinto e sua fome. Sem nem saber de onde vem e para onde vão.
Enquanto formos guinus, seremos apenas uma grande massa, inconsciente, inerte, surda e muda. Imutável.
Eu prefiro ser pássaro... O exato contrario.

2 comentários:

  1. sociedade anódina. inerte, a gente compra, fala e se veste como querem que façamos. como sobressair da massa? passarinho, como criar seu ninho no meio do mar?

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  2. heheheh
    adorei sua visita pri....
    essas linhas fiz num momento de furia...
    hehehe
    meu vejo pessoas d talento nos palcos do anonimato..
    vejo atrizes como vc ...q deveriam estar no olimpia(paris)
    musicos como eu..pintores como miró
    ....
    mas na verdade é q todos estão surdos ..igual na musica do rei!!!heheheh
    mais dificil q construir ninho no mar
    é artita viver do seu oficio..
    bjaço pri....

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salve valeu pela visita!!!!volte sempre